sábado, 14 de maio de 2011

Vestindo a Camisa das Florestas

No ano da floresta, o programa Globo Ecologia tem discutido esse tema sob diferentes aspectos. A discussão de hoje foi "Floresta e Política".


O artigo 225 da Constituição estabelece que a floresta é um bem comum e que cabe ao Estado garantir que as populações possam usufruir desse bem:

Título VIII
Capítulo VI


Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 

O programa mostrou exemplos de iniciativas particulares que permitem que as pessoas vivam próximas das florestas, apresentando exemplos de cidadãos que criaram uma reserva particular e patrimônio natural, a chamada RPPN.

Cecília e Guarací  gestores de uma RPPM. Eles moram em uma área de 30 hectares e decidiram assegurar que a floresta ocupe 20 hectares de sua área. Desde que eles compraram a área, a cerca de dois anos e meio, o casal já plantou 10 mil árvores. Nessa propriedade,  10 hectares é RPPM e os outros 10 pode ser feito manejo florestal. Como fonte de renda, o casal desenvolve um trabalho de educação ambiental recebendo alunos de escolas da região. Para criar uma RPPM foi preciso fazer um registro em cartório, onde eles assinaram um termo de compromisso de proteção vitalícia da área que ficará de herança para as próximas gerações.

Como a floresta é uma arena de muitos interesses, o programa mostrou movimentos coletivos que fazem valer o direito de ter florestas, como as ONGs que atuam na Serra da Cantareira. Para as pessoas que militam em favor dessa causa, a floresta deve ser protegida porque regulam o clima, combatem o aquecimento global e fornecem água para a cidade. O esforço desses cidadãos garantiu que a UNESCO reconhecesse a Serra da Cantareira como reserva da biosfera do cinturão verde da cidade de São Paulo. Se hoje a área é protegida por lei, deve-se também ao trabalho de organizações não governamentais como a RECANTA que veicula informações para a comunidade adjacente e sensibiliza o poder público sobre a importância da floresta para a população.

Por outro lado, existem outros interesses econômicos como a expansão rodoviária. Atualmente um projeto  propõe a construção de um anel rodoviário que derrubaria 400 hectares na Serra da Cantareira. A ameaça da perda na fauna e flora e a modificação da paisagem é um exemplo de disputas e pressões que acontecem naquela região.

Se fazer política é atender o interesse da maioria o programa não poderia deixar de ouvir um político que atua nessa área. Para Fábio Feldman, criador da Lei da mata Atlântica, a floresta deve ser encarada como um capital natural que deve ser usado com muito cuidado para não comprometer o patrimônio. Ele defende que o comportamento das pessoas pode ser usado a favor dessa causa e que até o consumo pode ganhar um caráter de manifestação política, como por exemplo quando usamos camisetas de ONGS como SOS Mata Atlântica ou do GREENPEACE. Para ele, esse tipo de manifestação silenciosa também contribui para formar a massa crítica para a mudança que precisamos fazer. Feldman luta hoje para transformar o Cerrado em patrimônio nacional, reforçando o valor desse ecossistema a fim de protegê-lo.


Na foto, Tuca Andrada veste uma camisa que denuncia o desmatamento na Mata Atlântica.

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